FREITAS, Michelle Trinchão de Almeida
ORCID: https://orcid.org/0009-0005-2579-1835
Terapeuta Ocupacional
– Bacharel em Terapia Ocupacional, Especialista em Psicopedagogia Clinica e Institucional, Terapia Ocupacional Pediátrica, Transtorno do Espectro Autista: Intervenção e Inclusão pela Inclusão Eficiente realizei a Certificação Internacional de Integração Sensorial pela University of Southern Califórnia (USC) – Terapeuta Ocupacional da Unimed
ROCHA, Leonice Monteiro Dias
ORCID: https://orcid.org/0000-0002-3671-6647
Doutora em Educação /Mestre em Ciência da Educação / Especialista em Gestão Estratégica no Ensino a Distância – EAD/ Pós-Graduada em Andragogia / Pedagoga / Graduada em Letras
“Agradecemos ao Pastor Aaron Froede Santos e ao Pastor Lucimar Bízio pela revisão e contribuições doutrinárias fornecidas neste artigo. O conhecimento e a orientação de cada um deles foram inestimáveis para garantir a precisão e a integridade das informações apresentadas. Estamos gratas pela valiosa colaboração de ambos os pastores.”
INTRODUÇÃO
O objetivo deste artigo é aumentar a conscientização sobre as questões relacionadas ao processamento sensorial em crianças com autismo, destacando as dificuldades que enfrentam em ambientes cotidianos. Além disso, busca-se promover a compreensão e a sensibilidade em relação a essas questões, enfatizando a importância de criar ambientes inclusivos que atendam às necessidades específicas dessas crianças. O artigo também visa oferecer orientações e sugestões práticas para educadores, profissionais de saúde e demais envolvidos no cuidado e na interação com crianças autistas, a fim de promover um ambiente acolhedor e favorável ao seu desenvolvimento.
Na Igreja Cristã Maranata, todos os membros estão empenhados em proporcionar uma recepção acolhedora às pessoas com deficiências e necessidades especiais. Entende-se que o conhecimento é fundamental nesse processo, pois ao perceber as necessidades do próximo, os membros serão capazes de compreender a importância de garantir acessibilidade ao irmão, para que ele possa desfrutar de pleno acesso à Palavra de Deus. Essa abordagem não difere do que a Igreja já vivencia ao participar do Corpo de Cristo. No corpo, todos os membros compartilham suas aflições, vitórias, batalhas e buscam juntos: “O mistério revelado da Palavra é pela graça do Senhor mediante busca e não pode ser alcançada por esforço ou luta humana.” (Santos, 2024)., para conhecer cada vez mais os mistérios contidos na Palavra de Deus.
Portanto, para que todos, sem exceção, consigam ter acesso à Palavra de Deus, é necessário realizar um trabalho de conscientização e acolhimento.
Na Bíblia, em diversos textos, existem citações sobre os sentidos e como eles são importantes para nos aproximarmos do Senhor. Ao ouvirmos a Palavra de Deus, ela tem o poder de transformar vidas e conceder comunhão: “De sorte que a fé é pelo ouvir, e o ouvir pela palavra de Deus.” (Rm 10:17).
A Palavra de Deus também fala da doçura que é ao paladar a Sua Palavra: “Oh! quão doces são as tuas palavras ao meu paladar! mais doces do que o mel à minha boca.” (Sl 119:103), o salmista declara que as palavras do Senhor são tão doces ao seu paladar como o mel, proporcionando uma experiência de bem-estar e satisfação.
Neste sentido, o paladar é usado para transmitir a intensa alegria e prazer que o salmista encontra ao meditar nas Palavras de Deus. Assim como o mel é conhecido por seu sabor agradável e doçura, a Palavra de Deus, traz paz e alimento para a alma.
É uma grande bênção quando se pode contemplar com os olhos físicos e espirituais a beleza da salvação. No evangelho de Lucas 2:30, diz que: “Pois já os meus olhos viram a tua salvação.”.
Quando a Igreja vive a vontade de Deus, em comunhão com os irmãos, o Senhor Deus Se agrada e exalamos o bom cheiro de Cristo, conforme lemos em Coríntios 2:15: “Porque para Deus somos o bom cheiro de Cristo…”.
Neste sentido, este artigo dissertará sobre as questões sensoriais e como elas afetam as pessoas com disfunções de processamento sensorial (incluindo autistas, pessoas com Síndrome de Down, TDAH, síndromes genéticas, entre outros.). Ao compreender as dificuldades que enfrentam, pode-se entender seus comportamentos e ações, possibilitando assim ajudá-las a diminuir ou evitar situações que, muitas vezes, são desagradáveis para elas.
PROCESSAMENTO SENSORIAL
O processamento sensorial desempenha um papel fundamental nas atividades diárias das pessoas, permitindo interagir com o ambiente e responder aos estímulos ao redor. No entanto, para crianças com autismo, as questões relacionadas ao processamento sensorial podem representar desafios significativos que afetam sua capacidade de se adaptar e interagir em diferentes ambientes (Mattos, 2019).
Essas crianças podem apresentar disfunções no processamento sensorial, impactando seu comportamento e bem-estar em contextos como a igreja, escola e outros espaços sociais. Compreender e reconhecer essas dificuldades é importante para promover o acolhimento e oferecer o suporte adequado a essas crianças.
As crianças com autismo frequentemente enfrentam desafios significativos relacionados ao processamento sensorial, o que pode impactar significativamente seu comportamento e bem-estar no dia a dia. Essas questões sensoriais, reconhecidas como disfunções de processamento sensorial no DSM-5 (Instituto de Inclusão do Brasil, 2024), podem se manifestar de diversas formas, incluindo problemas de modulação sensorial e variações na percepção sensorial, como hiper ou hipossensibilidade.
Em ambientes como igrejas, durante os cultos ou outras situações sociais, é possível observar comportamentos que refletem tais desafios sensoriais, tais como agitação psicomotora, dificuldade de permanecer sentado por períodos prolongados, busca por estímulos sensoriais como movimentos repetitivos ou sensibilidade a estímulos visuais, táteis e auditivos. Estas reações podem ser resultado da dificuldade da criança em processar as informações sensoriais presentes no ambiente, levando a uma desregulação do comportamento (Shimizu; Miranda, 2012).
É importante reconhecer que ambientes com grande estímulo sensorial, como igrejas durante os cultos, podem intensificar essas dificuldades, impactando a capacidade da criança em regular seu estado de alerta e organizar seu comportamento. É reconhecido o carinho e afeto que as professoras da Escola Bíblica Dominical têm dedicado às crianças que necessitam de acessibilidade. A Palavra de Deus em Mateus, capítulo 19, versículo 14, ensina que: “Jesus, porém, disse: Deixai os meninos, e não os estorveis de vir a mim; porque dos tais é o reino dos céus.” Essa passagem bíblica enfatiza a importância de acolher e permitir que as crianças se alimentem da Palavra de Jesus, indicando a necessidade de uma abordagem mais acessível.
Diante disso, é fundamental buscar estratégias que promovam um ambiente mais acolhedor e inclusivo para crianças com autismo, considerando suas necessidades específicas de processamento sensorial. Ao se falar sobre as questões sensoriais, é importante ressaltar que normalmente reconhece-se cinco sistemas sensoriais: tato, visão, paladar, olfato e audição (Figura 1).
Figura 1
Fonte: Montagem a partir de imagens coletadas no Canva (Canva, 2024)
No entanto, pode-se dividi-los em três categorias distintas: sistemas interceptivos, exteroceptivos e proprioceptivos, a fim de proporcionar uma compreensão mais clara e facilitada. Nesse sentido, pode-se considerar oito sistemas sensoriais em vez de apenas cinco (Rolin; Lidder; Omairi, 2023).
Além dos sistemas mencionados acima, existe o sistema interceptivo, responsável pelas sensações internas do corpo, como sede, fome e temperatura corporal. Também engloba sensações como a necessidade de usar o banheiro, dores de cabeça e desconforto estomacal. São questões intimamente ligadas ao funcionamento interno do nosso corpo. Adicionalmente, tem-se o sistema vestibular e o sistema proprioceptivo, que proporcionam consciência e noção do nosso corpo.
Ao se fazer um aprofundamento no sistema proprioceptivo e no sistema vestibular, pode-se perceber que eles nos conferem consciência corporal mesmo quando estamos de olhos fechados. É possível discernir a localização das diferentes partes do nosso corpo, seja estando sentado, em pé ou em outras posições (Bundy; Lane, 2020).
O sistema vestibular desempenha várias funções relacionadas à gravidade, à orientação da cabeça, ao equilíbrio, aos movimentos oculares e aos movimentos da cabeça. Esses sistemas são responsáveis pela nossa percepção espacial. Quando ocorrem falhas nos sistemas proprioceptivo e vestibular, podem surgir disfunções que afetam a consciência corporal da criança. Isso pode levar a uma necessidade de buscar maneiras de perceber o corpo e buscar essas sensações. Essa busca por estimulação sensorial pode resultar em agitação motora, dificuldade em organizar o comportamento e uma tendência a se movimentar constantemente (Kranowitz, 2003) e (Bundy; Lane, 2020), especialmente quando relacionado ao sistema vestibular, que está intrinsecamente ligado à percepção da gravidade.
Essas dificuldades sensoriais podem manifestar-se como medo ou insegurança em relação à gravidade. Algumas crianças podem ter uma percepção mais intensa da gravidade, o que pode desencadear medo e dificuldade em permanecer sentadas em locais onde não se sintam seguras e apoiadas nos pés. Isso pode dificultar a capacidade da criança de permanecer sentada por longos períodos de tempo.
Falhas no sistema proprioceptivo podem ser caracterizadas como um uso excessivo ou inadequado da própria percepção sensorial, envolvendo os músculos, tendões, articulações e ligamentos. Nesses casos, a criança pode apresentar a necessidade de buscar estímulos sensoriais por meio de atividades como subir, descer, fazer contrações musculares e movimentos diversos. Essas atividades são uma das causas da tendência da criança em estar constantemente em movimento (Kandel, et al. 2014)
Da mesma forma, falhas no sistema vestibular podem resultar em uma hipo ou hiper-resposta, ou seja, uma percepção reduzida ou ampliada das sensações vestibulares. Para buscar essa percepção, a criança pode realizar movimentos de balanço ou correr de um lado para o outro. Essas ações justificam, em parte, as questões relacionadas ao comportamento agitado que algumas crianças apresentam.
É importante salientar que crianças que apresentam defensividade tátil, ou seja, hipersensibilidade ao toque, tendem a ficar mais agitadas devido ao constante alerta em relação ao ambiente. Elas podem sentir medo e reagir de forma mais intensa ao ambiente ao seu redor, buscando evitar o toque e se esquivando de locais mais movimentados. É fundamental compreender essas questões e sabedoria ao lidar com o desenvolvimento da criança com autismo.
LIDANDO COM HIPERSENSIBILIDADE EM CRIANÇAS AUTISTAS: SUGESTÕES PRÁTICAS
As crianças autistas frequentemente enfrentam desafios relacionados ao processamento sensorial, o que pode afetar sua experiência em ambientes cotidianos. Neste sentido, torna-se necessário aumentar a conscientização sobre essas questões e promover a compreensão e sensibilidade em relação às necessidades específicas dessas crianças, especialmente quando se trata de hipersensibilidade sensorial.
Nesta seção, serão apresentadas algumas sugestões práticas para lidar com a hipersensibilidade em crianças autistas, visando criar ambientes acolhedores e favoráveis ao seu desenvolvimento. Essas sugestões abordam diferentes aspectos sensoriais, como o tato, audição, visão e organização, levando em consideração as particularidades de cada criança.
Vale ressaltar que cada criança autista é única, e as estratégias que funcionam para uma podem não ser eficazes para outra. Portanto, é essencial observar e compreender as necessidades individuais de cada criança, adaptando as sugestões de acordo.
Ao implementar essas sugestões práticas, busca-se proporcionar às crianças autistas um ambiente mais inclusivo, onde elas possam se sentir confortáveis e participar plenamente de atividades das igrejas, como cultos ou eventos na igreja. Além disso, essas estratégias também podem ser aplicadas em outros contextos, como escolas, terapias e espaços comunitários.
Seguem algumas sugestões práticas para lidar com a hipersensibilidade em crianças autistas, abordando questões de tato, audição, visão, organização e interação.
- Modulação da Percepção Sensorial (Tátil) – Ofereça brinquedos sensoriais, como os populares brinquedos pop-it (Figura 2), que podem ajudar a criança a se acalmar e direcionar sua atenção para uma sensação tátil agradável. Durante os cultos na igreja ou na Escola Bíblica dominical, é recomendado que as professoras estejam atentas às crianças que não apreciam abraços, toques ou contatos físicos mais intensos. Caso haja alguma criança com essa aversão a esses tipos de contato, é aconselhável segurar o punho da criança em vez de tocar em suas mãos. Para minimizar essas sensações desconfortáveis, a professora pode oferecer massinha de modelar, figuras ou objetos sensoriais, que podem ser adquiridos em lojas de brinquedos, para auxiliar a criança a se autorregular. Portanto, é importante evitar uma proximidade excessiva, de modo a respeitar o espaço pessoal da criança e evitar que ela se sinta desconfortável ou sobrecarregada.
Figura 2
Fonte: Imagens Canva (2024)
Ofereça opções de texturas diferentes, como almofadas macias ou mantas aconchegantes para que elas se sintam confortáveis e seguras durante as atividades.
Figura 3
Fonte: Acervo de imagens da acessibilidade – ICM (2024
Outra sugestão é utilizar almofadas de peso com atividades integradas (Figura 3) que proporcionam uma sensação de tato profundo quando colocadas no colo da criança durante o culto e as aulas da EBD, auxiliando na regulação da criança.
- Hipersensibilidade Auditiva – Mantenha o ambiente o mais silencioso possível, levando em consideração a hipersensibilidade auditiva de crianças com autismo. Considere a utilização de abafadores auditivos ou fones de ouvido com cancelamento de ruído para reduzir o impacto de sons altos e inesperados durante os cultos na igreja ou em Seminários nos Maanains. Durante os cultos na igreja, é importante que a professora esteja atenta à criança com hipersensibilidade auditiva, observando se certos instrumentos musicais a deixam mais sensível. Nessas situações, a professora pode solicitar apoio aos diáconos ou pastores para conversar com os instrumentistas e ajustar o volume do som. É relevante considerar que, ao entrar na igreja, a criança pode expressar alegria, o que pode resultar em comportamentos excessivos, como pulos ou movimentos intensos. Uma sugestão é que os instrumentistas observem se essas crianças ficam mais agitadas durante o período de louvor. Caso isso ocorra, é recomendado optar por louvores mais lentos, permitindo que a criança se organize gradualmente. Tanto as professoras quanto a família da criança devem estar atentas a essa sensibilidade auditiva e providenciar abafadores para ajudar a minimizar as crises.
Figura 4
Fonte: Imagens Canva (2024)
Organize um espaço tranquilo e acolhedor para a criança, onde ela possa se retirar temporariamente caso se sinta sobrecarregada pelo ruído.
- Hipersensibilidade Visual – Evite iluminação excessivamente brilhante ou com efeitos de piscar, pois isso pode ser perturbador para crianças com hipersensibilidade visual. Opte por luz natural suave ou iluminação indireta sempre que possível. Durante os cultos, caso a criança esteja próxima de uma janela e a intensidade da luz esteja causando desconforto, a professora pode orientá-la a se sentar em um local mais afastado dessa luminosidade excessiva. Isso também se aplica a caixas de som, instrumentos ou qualquer elemento visualmente estimulante, direcionando a criança para um local mais distante desses estímulos. Óculos com lentes escuras podem ser benéficos para crianças autistas que apresentam hipersensibilidade visual. Durante as aulas da Escola Bíblica Dominical (EBD), as professoras também podem observar a questão das vestimentas, evitando roupas brilhantes ou com estampas excessivas, pois esses padrões visuais podem distrair ou incomodar a criança. Nestes casos, é aconselhável que as professoras, ao darem aula na EBD, utilizem roupas neutras e lisas, proporcionando um melhor conforto visual para a criança. No entanto, essa recomendação só se aplica a casos já identificados pelas professoras.
Figura 5
Fonte: Imagens Canva (2024)
Considere o uso de óculos escuros ou chapéus com aba para reduzir o brilho e ajudar a criança a se sentir mais confortável em ambientes muito claros.
- Hipersensibilidade Olfativa – A hipersensibilidade olfativa é uma característica comum em algumas crianças autistas, tornando-as mais sensíveis a odores e cheiros do ambiente. É importante levar em consideração essa sensibilidade e adotar medidas adequadas para proporcionar um ambiente mais confortável e acolhedor. Evitar o uso excessivo de perfumes, produtos de limpeza com odores fortes ou outros elementos que possam gerar odores intensos. Esses odores podem ser desencadeadores de desconforto e até mesmo de crises sensoriais. Além disso, é fundamental compreender que a hipersensibilidade olfativa pode variar de uma criança para outra. O que pode ser agradável para uma criança pode ser aversivo para outra. Portanto, é importante estar atento às reações individuais de cada criança e adaptar o ambiente de acordo com suas necessidades específicas. Embora as experiências pessoais e as preferências sensoriais possam variar, a base científica sustenta a existência da hipersensibilidade olfativa em algumas crianças autistas. Estudos têm demonstrado que o processamento sensorial atípico pode afetar a forma como as crianças autistas percebem e reagem aos odores, resultando em uma maior sensibilidade (Russo, 2024). É possível minimizar os desafios relacionados à hipersensibilidade olfativa. Isso pode ser alcançado através de práticas como a utilização de produtos de limpeza com odores neutros, a ventilação adequada dos espaços, evitando ambientes superlotados e garantindo que haja uma conscientização geral sobre a importância de respeitar as necessidades sensoriais individuais das crianças autistas.
Figura 6
Fonte: Imagens Canva (2024)
- Questões de Organização e Rotina – Estabeleça uma rotina estruturada e previsível, fornecendo horários claros para diferentes atividades durante o culto ou eventos. É importante orientar as famílias a suprir as necessidades fisiológicas das crianças não verbais, como sede, fome ou outras necessidades, antes do culto, a fim de evitar desconforto que possa levar ao choro ou a outros comportamentos expressivos. Uma dica útil para regular a criança antes de sair de casa é proporcionar um banho, vesti-la adequadamente de acordo com a temperatura do dia, oferecer alimentação adequada (almoço, lanche ou jantar) e verificar se a criança precisa usar o banheiro antes do início do culto. Todas essas medidas são importantes para levar em consideração as sensações internas do corpo da criança.
Figura 7
Fonte: Acervo de imagens da acessibilidade – ICM (2024)
- Comunicação e interação – Utilize uma linguagem clara e simples ao se comunicar com a criança, adaptando-se ao seu nível de compreensão.
Incentive o uso de comunicação alternativa, como pictogramas ou dispositivos de comunicação por imagem, para ajudar a criança a expressar suas necessidades e desejos.
Figura 8
Fonte: Imagens (Canva, 2024)
CONCLUSÃO
A compreensão das dificuldades sensoriais enfrentadas por crianças com autismo é essencial para criar um ambiente acolhedor e fornecer o suporte necessário. Além dos sistemas sensoriais tradicionais, como tato, visão, paladar, olfato e audição, os sistemas interceptivos, proprioceptivos e vestibulares desempenham um papel crucial na consciência corporal e percepção espacial. Disfunções nesses sistemas podem levar a desregulação do comportamento e busca por estímulos sensoriais.
É importante levar em consideração que crianças com autismo podem apresentar hipersensibilidade ou hiposensibilidade às sensações, o que impacta seu comportamento e reações ao ambiente. Portanto, ao desenvolver estratégias que promovam um ambiente acolhedor e atendam às necessidades específicas de processamento sensorial das crianças com autismo, é fundamental considerar essas questões sensoriais, incluindo a participação em atividades religiosas, como cultos na igreja.
REFERÊNCIAS
Bíblia Sagrada. São Paulo: Almeida Revista e Corrigida: Edição e diagramação: Sociedade Bíblica do Brasil, 2016.
Bundy, A., Lane, S. Sensory Integration: Theory and Practice. 3 ed. EUA: Editora F. A. Davis. 2020.
Canva, disponível em: https://www.canva.com/. Acesswo em: 20 maio 2024.
Instituto de Inclusão do Brasil. Disponível em:> https://institutoinclusaobrasil.com.br/transtorno-do-processamento-sensorial-no-autismo/. Acesso em 17 maio 2024.
Kandel, E.R. et al. Princípios de Neurociências. 5 ed. Porto Alegre: Artmed, 2014.
Lane, S.; Reynolds, S.; Thacker,L. Sensory over-responsivity and ADHD: differentiating using electrodermal responses, cortisol, and anxiety. Frontiers in Integrative Neuroscience. v. 4. article 8, 2010.
Machado, A. Haertel, L. M. Neuroanatomia Funcional. 3 ed. Rio de janeiro: Editora Atheneu, 2014.
Mattos, Jací Carnicelli. Alterações sensoriais no Transtorno do Espectro Autista (TEA): implicações no desenvolvimento e na aprendizagem. vol. 36, nº109. São Paulo: Revista Psicopedagógica, periódicos de psicologia. 2029.
Rolin, Amanda Fernandes, Lidder, Loysi Crystine Marchi, Omairi Claudia. Data-Driven Decision Making (DDDM) sob a perspectiva da Integração Sensorial de Ayres. Cadernos brasileiros de Terapía ocupacional. Curitiba: 2023.
Russo, Fabiele. Transtorno do processamento sensorial (TPS no autismo. Neuro+ Conecta. 2024. Disponível em: https://neuroconecta.com.br/transtorno-do-processamento-sensorial-tps-no-autismo/. Acesso em 20 maio 2024.
Santos, Aaron Froede. Médico Oncologista Clínico, Pastor responsável pelo Grupo de Idosos e Altas Habilidades/Superdotação do Trabalho de Acessibilidade da Igreja Cristã Maranata. Vila Velha: ICM, 2024.
Shimizu, Vitória Tiemi, Miranda, Monica. Processamento sensorial na criança com TDAH: uma revisão da literatura. São Paulo: 2012. Disponível em: https://www.researchgate.net/publication/317465393_Processamento_sensorial_na_crianca_com_TDAH_uma_revisao_da_literatura. Acesso em: 18 maio 2024.