ROSETTI, Eduardo
CRM-ES 003570
https://orcid.org/0009-0002-1229-9831
Médico, Especialista em Cirurgia Geral e Coloproctologia, Oficial de Saúde da PMES, no Posto de Coronel Médico; Pós-Graduado em Perícia Médica, Escritor. Autor dos livros: O Evangelho segundo Mateus, Passo a Passo e Esperança Viva
Pastor da Igreja Cristã Maranata
INTRODUÇÃO
A “constipação intestinal”, conhecida como “prisão de ventre”, é uma queixa comum na prática clínica e sua incidência na faixa etária infantil é igualmente elevada. Em geral, refere-se à evacuação incompleta, dolorosa, difícil e com uma frequência inferior a 3 vezes por semana. Pode estar associada ou não a queixas subjetivas de esforço excessivo, fezes endurecidas, distensão abdominal e dor na região anal, com ou sem sangramento (Gomes; Morais, 2019).
Neste sentido, o objetivo principal do artigo sobre constipação intestinal na infância é abordar a frequência elevada desse problema na prática clínica, destacando suas características e sintomas comuns, bem como a importância de uma abordagem multidisciplinar para o diagnóstico e tratamento eficaz.
O artigo busca fornecer informações relevantes sobre a constipação intestinal infantil e ressaltar a necessidade de atenção especial por parte dos profissionais de saúde, visando melhor compreensão e manejo dessa condição clínica em crianças.
Embora não seja um problema de saúde novo, a constipação intestinal no grupo infantil é uma queixa que exige uma abordagem multidisciplinar e continua sendo uma entidade nosológica de difícil solução.
CAUSAS SISTÊMICAS DA CONSTIPAÇÃO INTESTINAL NA INFÂNCIA
A queixa de “dificuldade em evacuar” na infância demanda uma atenção especial do profissional de saúde porque pode estar relacionada a uma causa sistêmica. Doenças endócrinas (hipotireoidismo e hipercalcemia) transtornos psiquiátricos, doenças neurológicas (esclerose múltipla, afecções raquimedulares), doenças do colágeno e megacólon (doença de Hirschsprung) podem ter como primeiro sintoma a constipação intestinal.
Neste caso, o profissional de saúde necessitará de lançar mão de exames laboratorias, estudos radiológicos, testes neurológicos, manometrias anorretais e até exames colonoscópicos para encontrar um razoável diagnóstico conclusivo.
No entanto, em mais de 90% das queixas a prisão de ventre não possui nenhum distúrbio fisiológico ou uma causa subjacente (Harrison Medicina Interna, 2006). Relaciona-se comumente a hábitos dietéticos inadequados e estilo de vida sedentário.
CONSIDERAÇÕES SOBRE O TRATAMENTO DA CONSTIPAÇÃO INTESTINAL NA INFÂNCIA
Assim, num primeiro momento, o profissional de saúde, ao colher uma entrevista cuidadosa e realizar um exame físico atencioso poderá identificar o possível fator predisponente, não necessitando nenhum exame complementar.
A decisão sobre o tratamento pode ser imediata à consulta. Na infância, o uso de laxativos osmóticos (fibras alimentares) nem sempre são adequados pela dificuldade de deglutição. Muito menos os estimulantes intestinais, como o bisacodil.
As fibras solúveis costumam ser as mais palatáveis porque permitem ser adicionados às mamadeiras ou sucos, sem alteração do gosto ou mudança na consistência das soluções. Outra opção são os açúcares não absorvíveis (lactitol ou lactulose) que têm sabor adocicado.
Figura 1
Fonte: Montagem a partir de imagens coletadas no Canva (2024)
Neste sentido, cabe aos pais a tarefa de liderar a mudança nos hábitos dietéticos, incentivando os filhos à aceitação de alimentos adequados (vegetais e frutas frescas) no sentido de tornar duradoura a restauração da função intestinal natural e levar para a vida adulta o aprendizado de uma alimentação saudável.
Ainda, segundo Rocha (2024), no contexto educacional:
Os educadores têm a responsabilidade de integrar o tema da alimentação equilibrada no currículo escolar, proporcionando informações embasadas cientificamente sobre a importância dos nutrientes presentes em vegetais e frutas frescas. Além disso, estratégias pedagógicas eficazes podem ser empregadas para incentivar a experimentação e apreciação desses alimentos, contribuindo para a formação de hábitos alimentares positivos desde a infância.
Reforça-se a importância da atuação conjunta entre escola e família na promoção de hábitos alimentares saudáveis, visando o bem-estar e a saúde integral das futuras gerações. A parceria entre educadores e profissionais de saúde é essencial para consolidar práticas alimentares conscientes e benéficas ao longo da vida das crianças, contribuindo para a prevenção de doenças relacionadas à má alimentação e para a promoção de um desenvolvimento saudável.
A IMPORTÂNCIA DA DIETA
Uma dieta equilibrada, com a inclusão de alimentos como vegetais e frutas frescas, é essencial para o bom funcionamento do sistema digestivo e para o desenvolvimento geral da criança.
Crianças com necessidades especiais muitas vezes enfrentam desafios adicionais relacionados à alimentação, seja por questões motoras, sensoriais ou de processamento.
O CUIDADO DA SAÚDE DENTRE OS BENEFÍCIOS ESPIRITUAIS
Em I Coríntios 6:19, a Palavra de Deus nos diz assim:
“Ou não sabeis que o nosso corpo é o templo do Espírito Santo, que habita em vós, proveniente de Deus, e que não sois de vós mesmos? Porque fostes comprados por bom preço; glorificai pois a Deus no vosso corpo, e no vosso espírito, os quais pertencem a Deus.”
Pode-se entender que cuidar da saúde física é também uma forma de honrar a Deus. Isso inclui adotar uma alimentação saudável, pois o que comemos afeta diretamente a saúde e bem-estar.
Dessa forma, ao zelar pela saúde física, segue-se o princípio bíblico de honrar a Deus com o nosso corpo, reconhecendo o valor que Ele atribui a cada um de nós. Promover uma vida saudável não apenas traz benefícios individuais, mas também nos capacita a um melhor serviço a Deus.
CONCLUSÃO
Este artigo sobre a constipação intestinal na infância, destacou sua elevada frequência na prática clínica e a importância de uma abordagem multidisciplinar para diagnóstico e tratamento eficaz. Além disso, discutiu-se as possíveis causas sistêmicas da constipação intestinal, apontando que em mais de 90% das queixas, não há distúrbio fisiológico subjacente, mas sim relação com hábitos dietéticos inadequados e estilo de vida sedentário. Quanto ao tratamento, ressalta a importância da mudança nos hábitos dietéticos, incentivando a aceitação de alimentos adequados e a necessidade de atenção especial para crianças com deficiências e dificuldades de comunicação. O artigo também destaca a importância da dieta e hábitos alimentares saudáveis, especialmente para crianças deficientes e não verbais, enfatizando o papel dos pais nesse processo. Além disso, faz uma conexão entre cuidar da saúde física e honrar a Deus, citando passagens bíblicas que ressaltam a importância de zelar pelo corpo como um templo do Espírito Santo.
REFERÊNCIAS
Bíblia Sagrada. São Paulo: Almeida Revista e Corrigida: Edição e diagramação: Sociedade Bíblica do Brasil, 2016.Bízio, Lucimar. Doutor em Linguística Aplicada, Pastor da ICM. Contribuição na revisão doutrinária no artigo “A criança constipada”, de autoria de Eduardo Rossetti, 2024.
Gomes, Daiane Oliveira Vale San; Morais, Mauro Batista de. Gut microbiota and the use of probiotics in constipation in children and adolescents: Systematic review. Revista Paulista de Pediatria. v. 38, p e2018123, 2019.
Harrison Medicina Interna. 16 ed. Rio de Janeiro: McGraw-Hill Interamericana do Brasil Ltda, 2006.
Jones, K. Ministering in Sickness: Lessons from the Lives of Faithful Servants. Pneuma, v. 42, n. 1, p. 45-60, 2020.
Rocha, Leonice Monteiro Dias. Doutora em Ciência da Educação e Professora de Metodologia da Pesquisa Científica, Contribuição no artigo “A criança constipada”, de autoria de Eduardo Rossetti, pg. 4, 2024.
Santos, Aaron Froede. Médico Oncologista Clínico, Contribuição na revisão doutrinária no artigo “A criança constipada”, de autoria de Eduardo Rossetti, 2024.